segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Cia. Marula apresenta: Paradoxo

Dois homens estão sozinhos, numa praça deserta de subúrbio. Os dois acabam de se conhecer, não sabem quem é o outro, desconhecendo até mesmo o nome de cada qual. Nesta busca de conhecer o outro, passam a discutir sobre a vida, a lua e banalidades, até que descobrem o cadáver de uma jovem mulher.
 A partir do inusitado, os dois homens discorrem sobre como aquilo pode ter acontecido, quem será o culpado e até mesmo se algum deles está envolvido naquele crime. Será que pode ter sido um assassinato? Overdose? Ou até mesmo a Peste que assola aquela cidade?
Com texto de Mauri de Castro, Paradoxo busca explicitar a relação do homem contemporâneo com a solidão, o desconhecido e a desconfiança sobre o outro. A Peste é a metáfora da própria condição da humanidade em nossos tempos, com o descaso da educação formal, da segurança pública, da relação desgastada no ambiente familiar, dificuldades econômicas e sociais, onde nossos quadros regulares tendem a desmoronar, e cada qual passa a se preocupar apenas consigo mesmo.
Para ampliar esta metáfora, foram acrescentados ao texto original, trechos da obra O Teatro e a Peste de Antonin Artaud e Macbeth de William Shakespeare, dando um tom de suspense e mistério que cerca esta praça deserta no meio da madrugada.
Os diferentes fatos fazem com que os dois homens, um bem sucedido, e outro de classe mais baixa, travem uma batalha metafísica sobre a própria vida, o controle psicológico e social, e ainda sobre o que pode ter acontecido à jovem que ali se encontra.
A encenação do espetáculo foi pautada justamente sobre o título da peça, buscando criar um clima de dúvida e mistério sobre os fatos, onde o texto e a situação podem conflitar-se, deixando claro que nem tudo é o que parece ser, ou melhor, tudo pode ser o oposto do que se pensa ser a verdade. Cada um destes dois homens está pronto a cometer (ou não) os piores atos. E assim é a própria realidade dos dois, o estranho terreno onde pensamos ser uma coisa e que na verdade podem ser várias outras.
O trabalho dos atores partiu da pesquisa de diferentes tipos noturnos, habitantes e frequentadores de praças, de laboratórios e treinamentos técnicos e energéticos, do Teatro Físico, da Ação Física stanislavskiana e da Ação Física Vocal, pensando a voz como um gesto também capaz de tocar e afetar o espectador. A peça é centrada na interpretação dos atores, tendo um cenário minimalista e a busca pela sinestesia a partir da vocalidade e da gestualidade. 

Ficha Técnica
Texto: Mauri de Castro
Direção João Bosco Amaral
Produção: Edson Fernandes
Assistente de Direção: Sol Silveira
Preparação Corporal: Edelweiss Vieira
Cenografia: Jeová de Lucena
Sonoplastia: Lino Calaça
Iluminação: João Bosco Amaral
Maquiagem: Sol Silveira
Figurino: Lino Calaça
Fotografia: Gilson Borges
Elenco: Leandro Medeiros e Edson Fernandes

Serviço:
Dias: 27 a 30 de Outubro [quinta a sábado - 21h, e domingo - 20h] 
Espetáculo: Paradoxo
Cia. Marula


Local: Teatro de Bolso Cici Pinheiro - Casa das Artes 
Ingresso: R$ 10,00 inteira e 5,00 meia
Informações: 3524-2422


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